🧙♀️ Essa edição é uma autêntica carta de despedida para uma das temporadas mais sombrias da minha vida e que escrevi assim que retornei à superfície. Espero que ela também te inspire a fechar ciclos que não cabem mais na sua jornada.
Se quiser viver essa experiência com ainda mais intensidade, dá o play na música que ouvi enquanto escrevia:
Quebra-cabeça
2024 estava sendo um ano bem intenso e desafiador. Foi preciso encarar as minhas sombras mais profundas, ir até os meus limites e redescobrir a minha força.
Ciclos antigos e que não estavam cabendo mais na minha vida foram encerrados. Fins que doeram em cada pedaço do meu corpo. Em que precisei me desnudar toda para deixar no passado algo que parecia ser tão familiar para mim.
Porém, essa sensação muitas vezes escondia âncoras que me impediam de crescer e despertar. Encerrar capítulos me mostrou que eu nunca mais seria a mesma pessoa. Uma parte de mim ficou naquela página do livro e encontrou o seu próprio desfecho para que outra versão pudesse seguir a jornada.
Assim como uma fênix, renasci das cinzas. Precisei me desconstruir e me despedaçar para encontrar partes de mim que estavam perdidas no caminho.
Precisei acessar lugares sombrios que não visitava há muito tempo para resgatar cada uma dessas partes.
Em diversos momentos, tinha a sensação de que estava montando um quebra-cabeças: a cada dia uma nova peça ia dando forma a obra de arte.
Alguns desses dias as peças pareciam não se encaixar. Pareciam estar no lugar errado e dentro da caixa errada.
Tinham momentos em que insistia em encaixá-las, forçava a barra e quase causava um desastre. Mas então percebia que a vida era fluida e que as peças certas simplesmente surgiam e se encaixavam com naturalidade, sem que eu precisasse forçar.
Cartarse pendular
Catarse
Liberação de emoções reprimidas: Na psicanálise, a catarse se refere à libertação de emoções e traumas reprimidos, geralmente por meio da fala ou da escrita.
Ter o planeta Plutão na Casa 5 (que rege a autoexpressão, talentos e paixões) me fez ser inspirada pelas minhas paixões mais avassaladoras e intensas. Também me deu um talento nato para criar em meio a catarses, navegando em águas desconhecidas e adentrando as minhas cavernas secretas.
Talvez o meu pulsar esteja justamente nisso: esse dança pendular entre luz e sombra; morte e vida; Koré e Perséfone. Afinal, tudo isso representa a mesma energia, só que em pólos extremos. Elas coexistem e se retoalimentam.
Para chegar até o topo da montanha e contemplar o sol nascer, é preciso encarar uma jornada pela noite escura da alma1 nas profundezas da Terra.
Renascimento
Acabo de sair do buraco de uma caverna depois de uma longa jornada pelo submundo. Ainda estou suja de terra e os meus olhos estão se acostumando com a claridade. Tenho olheiras profundas, de madrugadas em claro encarando os meus maiores medos. Minha aparência é de cansaço, mas se olhar bem de perto no fundo dos meus olhos, vai conseguir enxergá-la: a luz no fim do túnel.
Foram tempos difíceis para a minha alma sonhadora, principamente quando esses sonhos foram silenciados pelos pesadelos.
Eu já não sinto mais medo. O lado bom de ter enfrentado as sombras foi de perceber que elas são pequenas demais para a minha luz.
Nessa viagem sombria, consegui colher as 3 Sementes de Romã2 e com elas brotou do meu corpo a energia propulsora da fertilidade. Depois da morte, sempre tem espaço para a vida renascer.
Essa energia fértil fez o meu corpo ganhar vida e voltar a pulsar.
Sinto como se eu tivesse sido reanimada de uma parada cardíaca.
Mergulho
O meu primeiro suspiro após renascer é profundo. Busco cada pedaço de ar para me preencher de vida.
Sou nutrida pela minha própria inspiração.
As minhas maças do rosto voltam a se colorir. Perco aquele ar moribundo que me assombrou na última temporada.
Sinto as minhas articulações serem ativadas e meu corpo se movimentar.
É como se eu tivesse dando os meus primeiros passos: tropeço na ânsia de desbravar.
Tomada por um impulso, saio correndo de braços abertos, sentindo o vento beijar o meu rosto. Meus cabelos castanhos voam como o de uma amazona cavalgando na planície.
Avisto uma cachoeira no final da estrada e sou tomada por um desejo ardente de me banhar. Acelero os meus passos e logo que chego a beira da cachoeira, mergulho em suas águas. No mesmo instante, sinto as bênção de mamãe Oxum3 inundarem o meu ser. A água gelada me purifica e me preenche ainda mais de vida.
Então, ouco uma velha canção tocar e sou embalada pela música. Meu corpo é tomado por movimentos involuntários e se recorda de uma de suas maiores paixões: a dança.
Já não sinto mais aquele vazio que me consumia por meses e me paralizava.
Bolsa Vermelha
Meu ser agora é como uma velha conhecida bolsa de vó: se preenche com as memórias, afetos e afagos. E aos poucos vai ganhando forma, sentido e significado.
E quando essa bolsa fica cheia, chega a hora de partilhar. Uma partilha de abundância: que não diminiu; apenas se multiplica.
Então ouço aquele velho chamado das buscadoras.
É hora de levar a minha bolsa vermelha para o mundo. Descobrir novos lugares, sorrisos, sensações, histórias e segredos.
E como uma velha boiadeira, pego o meu caminho da roça e pela estrada eu vou. Levo comigo a força da minha ancestralidade.
Em cada nova esquina, escuto e conto histórias. E assim vou criando a minha coleção pessoal, como se fosse uma colcha de retalhos.
Durante a jornada olho para o céu e avisto as estrelas. Sinto uma conexão profunda e me questiono: “De onde será que eu vim?”.
Mas então compreendo que independente de onde eu tenha vinda, o meu maior propósito era viver a vida de agora e todas as suas infinitas possibilidades. E guiada pela minha alma viajante, sigo o sinal das estrelas para viver cada uma dessas experiências mágicas.
Assim, me despeço da noite escura da alma e agradeço cada um dos ensinamentos.
E finalmente dou as boas vindas para essa nova temporada: o amanhecer.
Recebida pelos meus guias e mentores espirituais, celebro essa fase próspera da minha viagem, mas nunca me esquecendo que só encontrei a minha luz porque tive coragem de encarar as minhas sombras.
Seja bem vinda ao meu novo destino!
💫 Se você já viveu algo parecido (ou está vivendo)
Como viajante do tempo e ativadora de paixões, a lição que posso deixar para você nesse momento é que por mais desafiadora que seja essa noite escura da alma, ela vai passar. Tudo na vida tem um ciclo e cada fase do ciclo tem a sua função.
O inverno existe para que a natureza possa se regenerar. E assim é na nossa vida.
Busque a coragem dentro de você para ser a sua maior guia. E lembre-se: coragem não é a ausência de medo. E sim agir apesar deles. Coragem é seguir o nosso coração. É ser movida pelas nossas paixões.
O que o seu coração está dizendo para você?
Quais são as suas maiores paixões?
Chegou a hora de se conectar com elas novamente.
E para te ajudar nessa missão, vou te propor um exercício:
Espelho das paixões
Pegue um papel em branco (de qualquer cor) e um lápis.
Feche os olhos, faça um momento de conexão consigo mesma e intencione ter clareza.
Nesse papel, escreva uma lista das coisas que te dão entusiasmo. Aquelas atividades que quando você faz, parece nem ver o tempo passar. Anote tudo de forma fluida.
Depois de escrever tudo que sentir, olhe para essa lista e escolha uma dessas coisas.
Coloque essa atividade que escolheu em ação. Nem que seja um pouco por dia.
Você vai ser como a sua vida vai ganhar cor novamente ;)
Não esquece de me contar depois como foi essa experiência.
🏹Para ir além e expandir a consciência
Se você está cansada de se sentir perdida, presa em ciclos repetitivos e sem saber para onde ir.
Se sente que algo dentro de você pulsa, mas não consegue entender o que é.
Se acha que seus sonhos foram silenciados pelos medos e confusões e que a vida perdeu sentido, tem uma grande chance de você estar vivendo a jornada da Noite Escura da Alma.
Esse é um momento de profunda introspecção, onde você descobre suas sombras e enfrenta seus medos mais íntimos.
Mas essa jornada não precisa ser solitária e nem infinita.
Eu serei a sua guia para se libertar dessa jornada por meio da minha Sessão Buscadora.
Com a Sessão Buscadora, você terá a clareza que precisa para se reconectar com suas verdadeiras paixões e voltar a viver com liberdade. Através do seu mapa astral e de técnicas ancestrais, desvendarei os mistérios da sua alma e te guiarei em direção à sua verdadeira essência.
Na Sessão Buscadora, você vai:
Identificar seus padrões repetitivos e crenças limitantes
Acessar seus talentos e habilidades escondidos
Traçar um plano para colocar seus sonhos em ação
Encontrar a força e a coragem para se reconectar com as suas verdadeiras paixões
Dê o primeiro passo em direção à sua liberdade!
Agende sua Sessão Buscadora agora mesmo e comece a jornada de volta para si mesma.
🫀Sobre a autora dessa Newsletter
Olá, eu sou a Cynira Helena.
Escritora, astróloga, ativadora de paixões e estrategista de marcas originais.
Sou adepta da “escrita visceral”, sagitariana, amante dos bons livros, entusiasta da arte e apreciadora de ouvir novos idiomas enquanto tomo uma boa xícara de café coado e viajo por aí.
Se de alguma forma o que escrevi ressou com você, não esquece de deixar um comentário ou responder por e-mail (se prefere uma conversa mais próxima) me contando tá?
Seja bem vindo(a) ao meu Universo particular.
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Um abraço e até a próxima quarta-feira com a Edição Especial Curadoria.
Cynira Helena - entusiasmada com essa nova temporada
PS - Esse texto foi escrito na madrugada de sexta-feira (03/05) em que despertei em um impulso criativo e as palavras simplesmente dançavam da minha caneta em uma ânsia de virem ao mundo. Eu simplesmente abri espaço para que isso acontecesse.
PS 2 - No dia seguinte, na minha visita anual a Feira Mística aqui da minha cidade, vivi uma das experiências mais sobrenaturais da minha jornada do despertar espiritual e que foi uma grande confirmação do meu propósito. Mas esse é papo para uma outra edição ;)
Noite escura da alma: Conceito místico presente em diversas tradições, simboliza a desorientação, a dúvida e a aridez espiritual que podem surgir em nossa jornada de crescimento interior. Como uma noite sem estrelas, esse período de escuridão interior nos convida a desapegar de tudo que nos limita, confrontando nossas sombras e inseguranças mais íntimas. É um momento de recomeço, de transformação profunda, onde podemos renascer mais fortes, conscientes e conectados com a nossa essência.
Sementes de Romã: Na mitologia da deusa Perséfone, as sementes de romã consumidas no submundo por ela representam a aceitação da morte como parte da jornada da vida. Elas simbolizam a necessidade de integrarmos em nossas vidas os contrários, a luz e a escuridão, a vida e a morte. A romã, com suas sementes vermelhas e suculentas, também representa a fertilidade e a transformação, simbolizando a germinação de novas possibilidades a partir da escuridão e da morte.
Oxum: Divindade cultuada nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, é a deusa do amor, da beleza, da prosperidade, da fertilidade e da sensualidade. Associada à água doce, aos rios, cachoeiras e espelhos d'água, Oxum irradia doçura, encanto e alegria.
Lindo! Obrigada por ter compartilhado. Lembrei de uma frase da Marina Repetto enquanto lia o texto: é pela rachadura que a luz entra ♥️
Amei. Lindo e profundo 🥰🥰🥰