Lições que Daisy Jones me ensinou sobre a Lua Cheia em Aquário
E que também vão te inspirar nesse mês de Agosto
Olá Viajante!
Você já teve a sensação de que nasceu na época errada? Eu já.
Desde nova tenho um encantamento místico pelos anos 70, como se a cultura daquela fase me representasse. Desde as músicas, filmes, moda e ideias.
Então quando descobri que tinham lançado uma série sobre uma banda fictícia dos anos 70, cheia de referências e inspirada em um livro, fiquei encantada.
Mas antes de embarcar nessa jornada psicodélica, já dá o play na música tema de hoje para ativar o nosso ritual.
Daisy Jones and The Six
Ao saber dessa série que se passava nos meus amados anos 70 e cuja personagem central era de certa forma familiar para mim - você vai entender o porquê - eu fiquei entusiasmada.
Mas vou contar um segredo: tenho uma mania estranha de postergar o início de um livro/série/filme que tenho certeza que vou gostar muito.
Algo meio a la “Felicidade Clandestina”, aquela história cheia de elementos autobiográficos da Clarice Lispector em que a personagem central, depois de finalmente conseguir emprestado o livro que tanto desejava, em vez de devorar o livro de imediato, decide saborear a felicidade de possuir o livro por alguns dias antes de começar a lê-lo - a tal da felicidade clandestina.
Então confesso que apliquei essa mesma técnica para Daisy Jones and The Six: enquanto todo mundo maratonava a série e falava do assunto, eu praticamente silenciei qualquer spoiler e dei o meu tempo de estar pronta para encarar essa jornada.
Até que esse dia finalmente chegou e o impacto foi infinitamente maior do que eu esperava.
Se você não assistiu a série, imagino que não está familiarizada com a Daisy. Mas fica tranquila pois vou te contar sobre essa personagem icônica e tenho certeza que ela será muito mais familiar do que você imagina. E o melhor: fazendo máximo para não dar spoiler.
A série basicamente conta a trajetória da banda fictícia Daisy Jones and The Six, que foi um grande sucesso dos anos 70, mas que se separou “do nada” e sem que ninguém soubesse o motivo. Todo o enredo é contado por meio de entrevistas feitas atualmente com os antigos membros da banda, que revivem a trajetória por meio de flashbacks.
Mas aqui eu não vou focar na banda ou no enredo da série em si.
A estrela desse texto é a Daisy Jones.
Quem é essa tal de Daisy Jones?
Antes da Daisy conhecer o The Six e se tornarem uma banda, ela teve uma jornada pessoal muito impactante e que pode ser familiar para você que está lendo esse texto.
Filha única, teve uma infância conturbada e foi negligenciada pelos pais. Tinha uma relação bem desafiadora com a mãe - que aparentava muitos traços de narcisismo e que no final das contas competia com a própria filha.
Apesar do caos, Daisy era uma grande entusiasta da música e desde pequena encontrou nessa arte o seu maior refúgio, entoando melodias e ouvindo discos no seu quarto.
Só nessa primeira fase já tive uma grande identificação: eu também vivi situações bem traumáticas na infância, principalmente relacionadas ao divórcio dos meus pais e a minha relação com a minha mãe. E adivinha qual era o meu refúgio? A arte.
Principalmente a música, que eu tinha encontros marcados nos ensaios do coral, nas minhas aulas de dança e nos tantos cds que colocava para tocar no aparelho de som que ganhei de aniversário enquanto escrevia minhas próprias letras de músicas.
Se você passou por desafios na infância, tenho certeza que também encontrou seu refúgio em alguma coisa, seja uma atividade, um brinquedo, uma pessoa, um lugar, etc.
Qual era esse seu refúgio? E o que ele representa para você hoje em dia?
E assim como a Daisy Jones, que desde pequena tinha o grande sonho de ser uma cantora famosa e viver da música, eu também tinha um sonho de infância: de ser escritora (mas esse é tema para uma outra Newsletter).
Qual era o seu sonho na infância? Você conseguiu realizá-lo? Quanto ele ainda faz sentido para você?
E mais uma vez como a Daisy e todos os desafios que ela viveu na infância e os traumas gerados a partir disso, eu também desenvolvi os meus próprios traumas. Muitos dele são aquelas sombras que preciso lidar até hoje em dia e que diversas vezes me congelaram.
Quais são os traumas e feridas emocionais que você carrega da sua infância? Como eles ainda influenciam na sua vida?
No caso da Daisy Jones, muitos desses traumas fizeram com que ela buscasse refúgio nas bebidas e nas drogas, que quase encurtaram a sua vida. Tenho certeza que todas nós já tivemos os nossos refúgios mais sombrios, como vícios, relacionamentos tóxicos, excesso de trabalho, negligência com a própria saúde, crenças limitantes e muito mais.
Recentemente a minha terapeuta me falou uma coisa que me fez finalmente entender como cada um dos desafios que passei me fizeram criar os meus superpoderes. Ela disse que se eu não tivesse passado por algumas dessas privações, não teria criado soluções para mudar a minha realidade.
Pense nos desafios que você já passou e como cada um deles te fez criar força e novas habilidades. Tenho certeza que a minha capacidade de me reinventar, a minha criatividade e resiliência são frutos de tudo o que me faltou.
Assim como a Daisy, eu também transformei as minhas sombras em arte e tenho certeza que você também.
O que a Daisy Jones me ensinou sobre a Lua Cheia em Aquário?
Tá, mas o que a Daisy tem a ver com essa Lua Cheia em Aquário? Vem comigo para entender.
Na astrologia ocidental, a fase da lua no momento do nascimento tem um impacto na personalidade e na vida emocional de um indivíduo.
E para mim, Daisy definitivamente nasceu em uma Lua Cheia devido principalmente a sua intensidade, força de expressão, transformações intensas, brilho pessoal e tensão entre opostos.
Ainda mais combinado com o signo que essa Lua Cheia inicia o mês de Agosto: Aquário - que para mim também é o Signo da Lua no Mapa Astral de Daisy Jones.
Independente de você ter ou não uma Lua em Aquário, esse evento astrológico que acontece hoje vai influenciar a todos nós nesse mês de Agosto e você pode tirar uma grande lição de tudo isso inspirada na jornada da Daisy Jones.
Aquário é o 11º signo do Zodíaco, regido pelo elemento Ar e Urano.
É um signo que traz com ele o arquétipo do visionário, inovador e e humanitário. Sempre disposto a pensar fora da caixa e a apresentar ideias revolucionárias e não convencionais para o bem do coletivo. Sua mente é geralmente focada no futuro, pensando em como melhorar as coisas.
Não tem medo de inovar, sair da zona de conforto e nadar contra a maré.
Quando Daisy adentrou nessa jornada da música, ela não tinha nada além de um sonho e uma paixão pela música. Ela não tinha garantias, incentivo (muito pelo contrário), conhecimento de mercado, mas nenhum desses impeditivos fez com que ela desistisse de realizar esse sonho.
Muitos achavam que ela era louca de começar esse caminho sem garantias e tentavam desacreditá-la, mas nada disso foi maior do que o desejo latente no seu coração.
Durante a sua jornada, ela enfrentou inclusive uma situação de plágio de uma letra que tinha escrito, mas não teve medo de se posicionar para reivindicar o seu direito.
E falando em posicionamento, ela dá uma aula das inúmeras vezes que bateu de frente com Billy, que era líder e fundador da banda The Six e tinha um comportamento tanto autoritário no controle criativo dos álbuns da banda.
Fazia questão de ser parte de todo o processo criativo da banda e mostrar o seu talento - e ainda bem que fez isso por era ela quem trazia esse toque especial.
Sem contar das inúmeras situações de machismo que enfrentou e até mesmo uma relação abusiva que viveu com seu ex marido, que também tentou afastá-la da sua jornada na música.
Ela deixou de ser uma coadjuvante e se tornou protagonista: não só da banda, mas da sua própria história.
Abriu caminho para que outras cantoras também fossem reconhecidas.
Reinventou a forma de fazer música e trouxe toda a sua expressão autêntica não só para a banda, mas por onde quer que fosse.
Apesar de todos os defeitos da Daisy, o que mais me conectou com ela foi que ela era genuinamente humana e autêntica. Não tinha medo de encarar as suas sombras e nem tentou se esconder em personagens.
Tenho certeza que se a banda tivesse mesmo existido e a Daisy fosse real, ela seria um dos maiores ícones femininos da música e grande fonte de inspiração para as cantoras que viriam depois.
Para finalizar, trago a seguinte reflexão para você fazer nessa influência energética:
Qual é o legado que você quer deixar no futuro? De que forma o que você faz hoje impacta o coletivo? Quais caminhos você abriu? E quanto da sua verdadeira essência está sendo expressada na sua marca?
Espero que a Daisy te inspire a confiar nos seus instintos e não ter medo de fazer diferente. Que ela te inspire a nadar contra a maré se o seu coração te disser que esse é o caminho. E que você não tenho medo de se posicionar, mesmo que não seja confortável e que as pessoas não concordem com você.
E que acima de tudo, que você consiga transformar todos os traumas e sombras da sua vida na sua maior obra de arte.
E que não tenha medo de viver os seus sonhos mais loucos.
Curadoria inspirada na Daisy Jones
Playlist “The Mystic 70’ Vibes” com as canções que não saíam da vitrola da Daisy: acesse
Livro “Jornada da Louca”, da Júlia Albertone - tenho certeza que seria o livro de cabeceira da Daisy: aqui
Filme “Um Estranho no Ninho”: obra de arte estrelada por Jack Nicholson, é um filme aquariano que merece a sua atenção: aqui
Filme “Grease: nos tempos da brilhantina” - atenção especial para a performance da Olívia Newton John e a transformação que sua personagem passa na época: aqui
“Eu não tinha absolutamente nenhum interesse em ser a musa de outra pessoa. Eu não sou uma musa. Eu sou uma pessoa. Fim da porra da história.” - Daisy Jones
PS - lembra que falei no começo do texto que a Daisy era de certa forma familiar para mim? Como não percebi de cara as semelhanças com a minha musa da música Rita Lee Jones (até o sobrenome é igual, além do cabelo vermelho e do posicionamento).
Para falar a verdade, acho que a Daisy bem que existiu por meio da história da Rita e de tantas outras mulheres que revolucionaram o mercado da música sendo elas mesmas.
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Até semana que vem!
Cynira Helena - e a minha vida passada dos anos 70
Muito show 😍