Labirinto Mágico: O Enigma do Amuleto
Uma História de Encontros Cármicos e Portais Multidimensionais
Páginas do meu diário de algum dia de Janeiro de 2007
Era a minha primeira vez na Europa. Sonhava com esse dia pois desde criança ouvia o meu pai contar histórias sobre o Império Romano, sobre reis e rainhas e outras lendas do velho mundo que me deixavam sonhando.
Eu mal conseguia dormir no dia anterior até a hora do embarque.
E entre trancos e barrancos, greve no aeroporto, voo cancelado e um trem na madrugada, chegamos no tão sonhado continente. Nossa jornada começou na Itália e terminou em Portugal, passando pela França e Espanha.
Tenho muitas histórias para contar de cada um desses destinos, mas hoje vou dividir um acontecimento em especial que foi o início dessa reflexão sobre amuletos feitos de lugares e pessoas.
Mas antes, já dá play na nossa música tema do dia:
Madrid, Janeiro de 2007
Chegamos na minha tão amada Madrid e nos acomodamos em um hotel perto da Plaza Mayor. Como buscadora que sou, já fiz minhas andanças pela região e provei novos sabores da tão apreciada gastronomia madrilena.
Estava cheia de expectativas para os lugares que iríamos conhecer nos próximos dias que nem percebi os sinais que o Universo já estava me mandando.
E apesar de já estar encantada pela cidade, a surpresa maior ainda viria durante as próximas aventuras.
Toledo, o dia seguinte
Acordamos cedo pois tínhamos uma excursão programada para aquele dia que sairia logo pela manhã. Comi uma boa fatia de pincho de tortilla acompanhado de uma dose de café. Estava sentindo algo estranho no estômago - talvez as famosas borboletas sagitarianas que sempre amaram uma nova aventura.
Descemos para a recepção do hotel onde um guia turístico nos esperava. Se me lembro bem, era um homem na faixa dos 50 e poucos anos, de estatura mediana e que usava um crachá com as suas credenciais. Então ele se dirigiu a nós e perguntou:
“ Buenos días. ¿Prefieres unirte al grupo con un guía en español o inglés? (Bom dia. Vocês preferem se juntar ao grupo com guia em espanhol ou inglês?)
Meu pai logo correu para responder que queria o grupo em espanhol. Fã declarado da cultura latina, jura de pés juntos que teve vidas passadas na Argentina e não perde uma oportunidade de praticar o espanhol - que inclusive aprendeu ouvindo rádios de países que falam o idioma por longas madrugadas.
Então o guia nos encaminhou até um ônibus que estava parado de frente ao hotel. Entramos. O ônibus já estava quase lotado e só tinha mais um banco com duas poltronas uma ao lado da outra disponíveis - que meu pai e minha madrasta sentaram.
Eu e minha irmã Paula tivemos que encontrar lugares separados uma da outra.
Então logo avistei uma poltrona no meio e fui me sentar. Na poltrona ao lado estava sentado um moço, dos seus 20 e poucos anos, com um olhar muito simpático detrás de seus óculos de grau. Pedi licença e sentei.
“Hola! Soy Cynira. Mucho gusto” (Olá. Sou a Cynira. Muito prazer) - eu disse.
Então ele se apresentou e começamos a conversar. Falamos sobre os nossos países latinos de origem, sobre a primeira impressão de Madrid (também era a primeira vez dele nas terras espanholas) e coisas aleatórias.
Então “do nada” eis que tiro meu diário da bolsa (sim, essa mania de andar com cadernos/diários/livros vem de longa data) e mostro alguma coisa para ele. Não consigo me lembrar exatamente o que era, mas o que sei é que não costumo compartilhar esse tipo de informação com as pessoas. Então de alguma forma minha intuição tinha me mandado um sinal.
Continuamos a conversar por todo o caminho e em menos de 1 hora, chegamos no destino final: a cidade de Toledo.
Reconexão de alma
O ônibus da excursão estacionou e desembarcamos. No momento em que meus pés tocaram o solo daquele lugar, senti uma energia muito forte percorrer todo o meu corpo e uma emoção desconhecida tomou conta de mim.
Andava pelas ruas daquela cidade que parecia ter saído da Idade Média e tinha a pulsante sensação de que já conhecia aquele lugar de outras vidas. Cada monumento, cada esquina, cada azulejo despertavam em mim uma sensação de reconhecimento.
E essa sensação me acompanhou por todo segundo que passei naquele local.
Enquanto ouvia atenta o guia contar a história de cada ponto turístico da cidade, meu corpo era preenchido com uma energia muito forte, a ponto de viver algumas catarses físicas como choro, tremor e vontade de vomitar.
Perdidos no labirinto mágico
Uma antiga lenda da cidade fala de suas ruelas estreitas e sinuosas que formam um labirinto encantado. Diz-se que aqueles que se aventuram por suas vielas podem se perder não apenas geograficamente, mas também em dimensões temporais e espirituais. A cidade, assim, ganha uma reputação de desafiar as convenções espaço-temporais, criando um ambiente onde o comum e o extraordinário se entrelaçam.
Antes mesmo de saber da existência dessa lenda, já senti que tinha algo de mágico naquele lugar. Uma atmosfera mística que envolvia a cidade e fazia o meu corpo arrepiar da cabeça aos pés.
Eis que essa aura mística de Toledo me encantou.
Em determinado momento da excursão, o guia disse que teríamos um tempo livre antes de retornarmos a Madrid. E que nesse tempo poderíamos nos aventurar pela cidade por conta própria, mas que exatamente às 17hs precisaríamos nos encontrar em frente ao ônibus que estava estacionado no local de desembarque.
Meu pai queria conhecer mais sobre as famosas facas de Toledo e toda a história das espadas dos lendários guerreiros que foram produzidas lá, pois ele é um antigo colecionador de facas, canivetes, espadas e afins. E eu estava louca para desvendar mais alguns mistérios mágicos daquele local.
Então por ironia do destino, ele me deixou livre para andar pela cidade até a hora do retorno. Mas antes que eu virasse as costas para a minha aventura de decodificação, o meu novo amigo do ônibus que vou chamar de S disse que iria comigo.
E assim foi. Percorremos ruelas, visitamos lugares escondidos, tomamos uma bebida local que não vou lembrar do nome, apreciamos músicos de rua, conversamos sobre teorias da conspiração e tive a rara sensação de familiaridade, como se eu o conhecesse de algum lugar. Quiçá de outras vidas.
Um pouco antes da hora do ônibus partir, começamos a retornar para o local. E então o mistério aconteceu: a gente simplesmente não encontrava o caminho de volta.
E o mais impressionante é que a parte histórica da cidade é relativamente pequena e abrange uma área de aproximadamente 1,5 km².
Pedíamos orientações para os comerciantes locais e por mais que seguíssemos a risca seus direcionamentos, acabávamos perdidos de novo. E naquela época os celulares com Google Maps e internet não eram uma realidade.
Então “do nada”, algo mais misterioso ainda aconteceu: em determinado momento, entramos por uma rua estreita e fomos parar em uma espécie de pátio externo. Naquela local, algumas pessoas se reuniam em uma feira. Só que essas pessoas usavam roupas completamente desconectadas com a modernidade. Elas pareciam ter saído literalmente de um filme medieval.
Então o S (que tinha o espanhol como idioma de origem) foi pedir informações para aquelas pessoas de aparência peculiar. E naquela hora até mesmo eu que não era fluente em espanhol, percebi que elas responderam em um idioma diferente. Elas literalmente falavam árabe. E nos olhavam com um ar de surpresa e espanto.
Saímos correndo de lá e entramos em outra ruela. A cada esquina que dobrávamos, mais a cidade adquiria um aspecto diferente do inicial. Já não tinham mais as lojas que vimos no início da jornada, as pessoas que cruzávamos nas ruas eram cada vez mais diferentes, os monumentos cada vez mais conservados e imponentes.
Parecia que rodávamos por horas a fio e nada de encontrarmos a saída. Comecei a ficar desesperada. O celular estava fora de área e não tínhamos como contatar meu pai ou o guia.
Começamos a sentir frio e os nossos corpos já davam os primeiros sinais de fome.
Naquele instante, senti minha cabeça girar e perdi o equilíbrio. Fechei os olhos e intuitivamente “conversei” com a cidade: “preciso sair daqui agora. Me mostra o caminho”.
E tomada por um rompante de energia, puxei o S e nos guiei até uma ruela. Paramos em frente a uma porta. Fechei os olhos de novo imaginando a praça central da cidade e todas as lojas que tínhamos visto.
Quando abri, falei pra ele: “vamos por ali”. E continuamos a ruela até o fim. Então surpreendentemente, pessoas “normais” começaram a circular nas ruas. E “do nada”, chegamos até a praça central com todas aquelas lojas. Menos de 5 minutos depois, encontramos o caminho até o ônibus.
Mas claro que teria outro mistério: quando olhamos no relógio, marcava exatamente 17hs.
Não fazia o menor sentido pois os nossos pés chegavam a doer de tanto que tínhamos caminhado. Vimos o dia escurecer e a temperatura cair.
Mas mesmo sem entender nada, entramos no ônibus e sentamos nas mesmas poltronas da ida. Não falamos absolutamente nada no caminho de volta tamanha era a confusão em nossas mentes.
Amuleto do Poder
Eis que chegamos em Madrid no final da tarde e ainda com muita fome. Então como sugestão do guia, meu pai quis conhecer o restaurante “Botín”, que era conhecido como o mais antigo do mundo. E convidou S para se unir a nossa família.
Todos nós nos divertimos muito naquela noite. Conversamos por horas, comemos pratos autênticos da culinária espanhola e ouvimos uma boa música. Por um momento, S e eu conseguimos não pensar no recente episódio enigmático.
Quando retornamos para o hotel, S me chamou na recepção para conversar antes que cada um subisse para o seu respectivo aposento.
Confesso que não me lembro exatamente de tudo o que conversamos, mas tem algo que nunca vou esquecer: ele tirou do bolso um amuleto e me entregou. Disse que antes de embarcar para a Espanha, sentiu a vontade de levar esse amuleto do seu país de origem para lá por uma razão que desconhecia. Então disse que depois daquela experiência sobrenatural que tínhamos vivido juntos, tinha certeza que precisava me entregar aquele amuleto.
Segurei o amuleto em minhas mãos e senti um formigamento.
Naquela noite nos despedimos pois no dia seguinte ele continuaria a sua aventura rumo a um próximo país enquanto eu ainda ficaria na Espanha com a minha família.
Ao chegar no meu quarto, entrei no banho e enquanto a água quente corria pelo meu corpo, eu relembrava cada detalhe daquela experiência mística que tínhamos vivido.
Naquele momento, ainda não conhecia profundamente essas temáticas místicas e repletas de sincronicidades para entender o que realmente tinha acontecido. Então passei praticamente 16 anos da minha vida com aquele mistério inexplicável.
E guardei o amuleto que ganhei do S por todos esses 16 anos.
Levei esse amuleto nas duas vezes que estive no país de origem de S, que é um lugar que tenho uma conexão mágica.
Mas algo na minha alma me dizia que eu precisava voltar para aquele lugar onde tudo aconteceu 16 anos atrás para decodificar o que realmente tinha vivido.
E eis que 16 anos depois do fatídico dia, embarcava de volta para aquele lugar mágico que foi o ponto de origem para a abertura daquele portal em minha vida.
E é claro que carregava o amuleto mágico que ganhei do S comigo.

Cenas do próximo capítulo
Quer saber qual foi o desfecho dessa história e tudo que vivi 16 anos depois?
Por ser uma história muito pessoal, eu decidi não publicar aqui pela Newsletter Inspirações.
Mas se ficou curiosa e quer ler a continuação, o que precisa fazer é me mandar um inbox no Instragram dizendo que quer saber do desfecho. Então, vou compartilhar com exclusividade na próxima quinta-feira (16/11) para dar boas vindas aos mistérios da Lunação de Escorpião.
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Beijos,
Cynira Helena - usando o amuleto mágico no momento que escrevo esse texto
Ps - a Newsletter de hoje está recheada de pistas para você descobrir esse mistério. E também compartilhei mais um monte nas últimas semanas no meu Instagram. Quero ver quem vai decodificar esse mistério ;)
como matar uma curiosa do coração… hahahhahaha mulher, tô me coçando aqui! eu quero saber o desfecho!
Uau! Que coisa incrível ❤️❤️❤️ amei demais essa história, Cynira! :)