Sou uma guardiã de memórias
O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.
Nascida com um Meio do Céu em Peixes, logo entendi que para chegar ao topo da montanha e me conectar com a missão que minha alma escolheu viver na Terra, eu precisaria me apropriar dessa energia sonhadora de forma autêntica.
Desde cedo ela já deu as caras: minha “imaginação fértil” e a capacidade de criar histórias e mundo imaginários e mergulhar profundamente neles a ponto de torná-los a minha realidade.
Todas as brincadeiras criativas, que envolviam a arte (apresentada a mim pela minha amada Vó Leninha), aulas de música e dança e uma sensibilidade que vai além desse planeta.
Mas a minha memória mais marcante é do meu sonho de infância de ser escritora.
Lembro exatamente do momento que esse sonho nasceu: vi a minha avó Leninha (já aviso que ela será personagem marcante dos meus contos) escrevendo em seus infinitos cadernos e perguntei o que ela fazia. Então ela me respondeu com sua profunda sabedoria:
“-Estou escrevendo as minhas memórias”.
“-Vó, o que são memórias?” - indaguei curiosa.
“- Memórias são todas as histórias que vivemos. São as lembranças que temos das pessoas que conhecemos, os lugares que visitamos, os livros que lemos, as músicas que escutamos. É aquela poesia que você tanto gostou que copiou no seu caderno para nunca mais esquecer. Quando anotamos as nossas memórias, elas se tornam eternas - e outras pessoas podem conhecê-las também”.
“-Então quer dizer que eu vou conhecer as suas memórias Vó?”.
“-Não só conhecer, mas você será uma das guardiãs das minhas memórias”.
E naquele instante fui tomada de uma alegria profunda por ter sido escolhida pela minha amada avó para ser a guardiã das suas memórias - que diga-se de passagem é uma tarefa propícia para quem tem o meio do céu em Peixes como eu.
Anos depois, estou eu em uma aula de Literatura na escola até que a minha saudosa professora Rosinha começa a nos contar sobre Fernando Pessoa e seus “eus líricos” - um deles é o Alberto Caeiro. E nessa aula ela nos apresenta justamente a poesia do Guardador de Rebanhos:
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
No instante em que ouvi a professora recitar esse poema, pensei na minha avó Leninha e na grande missão que ela tinha me dado. Entendi que ser a sua guardiã de memórias era mais ou menos como Alberto Caeiro foi um guardião de rebanhos - era preciso não só guardar, mas sentir essas memórias.
Assim que cheguei da escola, peguei o telefone e disquei aquele número tão conhecido e que não me cansava de discar:
“- Vó, hoje conheci o Alberto Caeiro e lembrei de você e da minha missão de ser a guardiã das suas memórias - é como ser guardadora de rebanhos.
“-Cynirinha, que ideia brilhante. O Fernando Pessoa é um dos meus poetas favoritos, Tenho um livro dele aqui e quando você vier para São José, vou te mostrar.
Pula para o dia de hoje: 20 de fevereiro de 2023, bem no início da Lunação de Peixes.
Estou eu aqui escrevendo esse conto, com o livro “Poesia Completa de Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa” aqui do meu lado. Livro que era da minha vó e o mesmo que ela me mostrou na primeira visita depois da minha inesquecível descoberta literária.
E com essa lembrança, nesse dia que a energia de Peixes estão no ápice fui tomada por uma nova inspiração: afinal, se sou a guardiã das memórias da minha avó, preciso compartilhá-las com o mundo pois mais pessoas precisam conhecer essas histórias preciosas.
E se sou a guardiã das memórias dela, quem serão os meus guardiões de memórias?
Então se você leu até aqui, saiba que foi escolhida para ser uma das minhas guardiãs de memórias - e claro que nas minhas memórias, também terão muitas da Leninha.
Apesar de amar escrever a mão como minha avó, resolvi digitalizar os meus textos e devaneios para que você também possa ter acesso a esse baú de histórias.
Claro que é um convite e você pode aceitar ou não.
Dessa forma, trago ação para o meu grande sonho de infância de ser escritora.
Criei um experimento para ajudar esse sonho a ganhar forma: começar a escrever nesse formato de Newsletter para compartilhar todas essas memórias.
Vou aproveitar toda essa energia da Lunação de Peixes que me inspira e direciona para resgatar esse sonho de infância. Afinal, se tem um signo que conhece profundamente sobre sonhos, esse signo é Peixes.
Topa embarcar comigo nessa viagem mágica?
Beijos mágicos,
Cynira Helena - a guardadora de memórias
Amei ler seu conto Cy, dá pra sentir a energia daqui! Sua e da sua avó Leninha ✨️
Fico feliz em também poder ser uma guardiã dessas memórias aqui compartilhadas por você, que mais pessoas possam ter acesso a elas ✒️
Já estou aguardando para ler seus próximos contos por aqui 🤎
to dentro ....